
AUTISMO NO ADULTO
A assistência prestada ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) é sempre cuidadosa e empenhada nos cuidados da criança e do adolescente. Seja isso nas linhas de Consenso na Saúde Pública ou Privada.
Depois de muitos estímulos e perseverança, a acompanhamento com especialistas (na multidisciplinaridade) pode conduzir a pessoa Autista ao nível 1 de suporte, ou seja, a conquista da autonomia de vida.
Muitos adultos, privados desse acesso no início da vida, vivenciam o cruel desconforto de serem taxados como “diferentes”. Sobretudo por talvez nunca receberem a atenção de um especialista capaz de diagnosticá-los.
Comumente são indivíduos seletivos em tudo (cores, sabores, alimentos, pessoas e amizades…). Repetitivos na apreciação de obras e artes, lêem os mesmos livros e vêem os mesmos filmes e séries inúmeras vezes, com elevado prazer, ainda que já saibam cada palavra, imagem ou situação ali registrada. Costumam ser muito inflexíveis às mudanças de rotinas e a necessidade de adaptação. Preocupam-se com pequenos elementos de objetos ou remoção de coisas do lugar que entender ser de definição. São de elevada sensibilidade a certos estímulos do ambiente (ruídos, texturas, toques, luminosidade, odores…), incapazes de se aperceber do significado de “indiretas” e mensagens de “duplo sentido”, e, em sua maioria, sem nenhum senso de consequência de suas palavras ao pronunciarem o que pensam.
Assim é que se sentem pessoas mal interpretadas e sempre excluídas, isoladas até nos ambientes familiares. No trabalho e na faculdade, por suas peculiaridades de comportamento, são tidos como “pessoas estranhas”, fazendo-se alusão ao ser diferente do comum.
O TEA não obedece a critérios fechados no seu diagnóstico, por isso chamamos espectro autista, e cada pessoa que se enquadra nessa condição pode reagir de forma antissocial, hostil e agressiva a pequenas situações no seio de seu próprio domicílio.
E, pela incompreensão das pessoas à sua volta, pela falta de um diagnóstico, tornam-se pivôs de conflitos pessoais desnecessários.
Rupturas familiares, separações e divórcios tornam-se a solução aparentemente óbvia para uma relação completamente desgastada. Contudo, nesse desfecho, sintomas depressivos e ansiosos dominam a pessoa com TEA, o que pode abalar toda a percepção de si mesma quanto à própria identidade.
Raramente, conseguem superar a negatividade de toda essa realidade, experimentam a impressão de serem incapazes de formalizar vínculos afetuosos, sentem-se indesejados e acabam por sofrer uma vida inteira de solidão, ainda que rodeados por pessoas.
O Autismo não é uma particularidade infantil, pode ser sua realidade hoje.
A Neurologia na Gileade é especialista no Autismo no adulto.